Rapidinha #13 – Modais de Transporte

Rapidinha #13 – Modais de Transporte

Modais de transporte são termos que remetem aos meios pelos quais produtos ou indivíduos se deslocam por um determinado espaço. De grande importância na formação dos preços nos mais diversos mercados, estes apresentam características que se identificadas e devidamente interpretadas podem baratear o custo final de um produto.
No Brasil, o transporte rodoviário é o mais difundido e utilizado. A dimensão continental do país não condiz com a escolha do transporte rodoviário como principal modal, uma vez que os gastos deste em grandes extensões se tornam inviáveis.

MODAL HIDROVIÁRIO
Apresentando grandes vantagens quanto a custos e questões socioambientais, o transporte
hidroviário vem ganhando grande destaque no cenário mundial. Subdividindo-se em lacustre, fluvial ou marítimo, este é considerado o segundo meio de locomoção mais barato dentre os amplamente empregados atualmente, sendo mais caro apenas que o dutoviário.
No Brasil, o transporte mais importante é o de longo curso. Neste cenário, destaca-se a navegação de cabotagem, realizada ao longo do litoral, pela qual produtos são transportados entre diferentes portos brasileiros. Apesar deste, comumente se vê transporte de cargas entre os extremos norte e sul do país, Rio Grande do Sul ao Pará por exemplo, por rodovias.
Para se definir como viável ou não a utilização do transporte hidroviário, deve-se considerar a integração existente entre os demais modais utilizados desde o início do processo produtivo a até a venda final do produto, isto é, deve-se considerar a intermodalidade.
O território brasileiro conta com 63.000km² de rios e cursos d’água distribuídos de forma a alcançar o território quase em sua totalidade. Destes, 40.000km² podem ser utilizados para navegação. Destes, apenas 13.000km³ são utilizados, principalmente na região amazônica. A baixa utilização deste recurso decorre do baixo investimento neste modal.
Embora segundo o Ministério dos Transportes, em 2010 a participação do transporte hidroviário na matriz brasileira não ultrapassasse 4%, frente a quase 60% do transporte rodoviário, o modal hidroviário corresponde a 80% de todo o volume exportado pelo país. Apesar disso, o setor hidroviário brasileiro ainda se encontra muito defasado, sendo inclusive responsável por um dos principais gargalos para exportação existentes atualmente no país: o do porto de Santos.

MODAL FERROVIÁRIO
No século XIX, a necessidade de se aprimorar o escoamento da produção cafeeira para o mercado externo através dos portos, faz surgir principalmente na região de São Paulo, malhas ferroviárias rudimentares. Com a instituição da Lei da Garantia de Juros, em 1852, a iniciativa privada passa a poder construir e explorar ferrovias ao longo do território nacional, garantindo uma série de benefícios a aquele que se dispôs-se a tal. Sem a criação de um órgão regulatório para esta questão, ocorreu um crescimento desordenado e sem qualquer espécie de planejamento da malha ferroviária nacional, nas quais ferrovias diferentes apresentam bitolas de tamanhos diferentes, não podendo se interligar em determinados pontos, mesmo que ambas sejam próximas.
A partir de 1920, rodovias pavimentadas e ferrovias passam a competir entre si por recursos públicos, resultando na perda de grande parte do valor existente para investimento no setor ferroviário devido a sua utilização no setor rodoviário. No ano de 1960, a malha ferroviária
nacional beirava 38.000km, para contenção de gastos, o governo desativou 8.000km de ferrovias.
A decadência e o descaso para com o setor ferroviário, levam o governo federal a desestatizar as ferrovias, abrindo licitação para concessão de trechos da malha ferroviária
nacional para a iniciativa privada. Atualmente 94% da malha existente é operada pela iniciativa privada.
Os investimentos e a manutenção das linhas férreas ficam sob os cuidados da concessionária, que acaba por aumentar a capacidade de transporte e o nível de segurança deste. Em 2012, a Confederação Nacional de Transporte apontou que a malha ferroviária
brasileira alcançou 30.000km, valor expressivamente menor que o apresentado por exemplo pelos Estados Unidos, que possuem 230.000km.
Em decorrência da história brasileira, as ferrovias brasileiras se concentram na faixa litorânea do país e nos estados de Minas Gerais e São Paulo, importantes pontos econômicos do passado.
Este modal se destaca por apresentar custo relativamente mais baixo e alta capacidade de carga e durabilidade, sendo o modal de transporte mais indicado para países que apresentem longas extensões territoriais, como é o caso do Brasil. Outro ponto que apresenta grande vantagem para a utilização deste, é o ambiental, uma vez que a emissão de poluentes de uma locomotiva e o impacto gerado pela criação das ferrovias é expressivamente baixo.
Atualmente, o governo federal apresenta orçamento de R$91 bilhões de reais a serem empregados na construção de mais de 10.000km de ferroviais através do PAC, com grande destaque para a ferrovia Norte-Sul e a Transnordestina.

TRANSPORTE RODOVIÁRIO
Amplamente incentivado a partir da década de 1950, pelo governo do então presidente Juscelino Kubitschek, o modal rodoviário apresenta custos elevados para transportes de cargas a longas distâncias, sendo não muito recomendado para países com a dimensão que o Brasil apresenta.
Alguns pontos positivos podem, porém, ser observados, como por exemplo o menor custo de implantação quando comparado aos demais modais, a grande capilaridade deste modal e a facilidade de se carregar e descarregar os veículos.
Mais da metade da carga transportada pelo Brasil hoje em dia encontra-se nas rodovias, sendo grande parte da frota nacional composta por veículos de passeio. A atual malha rodoviária brasileira percorre todo o território do país, sendo mais densa ao longo da região Centro-Sul, cujo fluxo de produtos e pessoas é maior.
Embora o modal rodoviário seja o principal utilizado em nosso território, as condições das rodovias brasileiras não são as melhores. Pode-se observar que em 2013, de acordo com a Confederação Nacional do Transporte, a cada 1,5 milhões de quilômetros de rodovias, apenas 220 mil eram pavimentados. E destes 220 mil, aproximadamente 64 mil se encontram em mau estado. Neste sentido, destacam-se as rodovias privatizadas, nas quais através da cobrança de pedágios, as rodovias passam constantemente por obras de reforma e melhorias.

TRANSPORTE AÉREO
Este modal se inaugura no Brasil oficialmente com a fundação da Via Aérea Rio Gradense (Varig), e 1927, empresa estatal que fora privatizada e 1990. Segundo a CIA, depois dos Estados Unidos, o Brasil é o segundo maior país em números de aeroportos em seu território, com cerca de mil aeroportos.
A demanda por passagens aéreas no Brasil cresceu significativamente conforme a classe média também se expandia no país. Estes indivíduos, demandam um atendimento mais ágil. Em decorrência da competição existente entre as empresas do ramo nos últimos anos, as taxas e tarifas sobre os serviços prestados se reduziram, porém ainda assim as passagens são caras, principalmente quando comparadas ao preço das de países desenvolvidos, que ao contar com maior leque de empresas competindo, apresenta taxas muito menores.

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