Rapidinha #19 – Quadrinhos no Vestibular

Rapidinha #19 – Quadrinhos no Vestibular

É muito comum encontrar histórias em quadrinhos no vestibular, seja ele ENEM, Unicamp, Fuvest etc.  Então que tal aprender mais sobre como a nona arte pode aparecer nas suas provas?

Não são apenas os textos didáticos ou as aulas expositivas que trazem conhecimentos aos pré-vestibulandos, existe uma gama de literaturas e informativos que preparam o aluno para o exame, de forma qualitativa.

As HQs, ou histórias em quadrinhos, começaram a tornar-se populares na década de 1890. O americano Richard Felton Outcoult foi o autor da primeira história em quadrinhos que obteve muitas tiragens em edição colorida. Sua HQ intitulava-se The Yellow Kid (O Garoto amarelo), tendo aparecido pela primeira vez em 1896.

As HQs usam a “linguagem dos quadros”, isto é, um tipo de estrutura que mescla desenho e texto, circunscritos em quadros sequenciais. Por esse motivo, elas também são chamadas de arte sequencial. O público infanto-juvenil, inicialmente, era o principal alvo das histórias em quadrinhos. Os traços dos desenhos, o colorido e o teor de aventura das histórias das HQs de fins do século XIX e das primeiras décadas do século XX fascinavam crianças e adolescentes. Dessa época, conhecida como Idade de Ouro, destacaram-se Flash Gordon, de Alex Raymond, e Dick Tracy, de Chester Gould.

Entretanto, a partir da década de 1930, com os reflexos da crise econômica de 1929 e as turbulências políticas que ocorreram ao longo dessa década, muitas empresas produtoras de histórias em quadrinhos e criadores de personagens passaram a construir as figuras dos super-heróis, como o Superman (Super-Homem), criado em 1933. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), outros personagens ganharam destaque e popularidade entre o público dos Estados Unidos da América. Foi o caso do Capitão América – que conta a história de um supersoldado com poderes especiais que tinha o objetivo de auxiliar os EUA e os países aliados na luta contra as Potências do Eixo, lideradas, à época, pela Alemanha de Hitler.

Os quadrinhos também trazem um bom suporte educacional, pois falam a mesma linguagem dos jovens e podem facilitar a compreensão de vários temas, como guerras, fatos históricos, período imperial, dentre outros, levando para os estudantes uma forma crítica e satírica de perceber como tais fatos aconteceram.

Ler quadrinhos não significa que o aluno seja demasiadamente infantil ou alienado com o mundo e a realidade que o cerca, mas uma forma de juntar conhecimento, cultura e entretenimento.

Alguns jornais de circulação nacional trazem quadrinhos sérios, que abordam os problemas sociais, de forma qualitativa, o que também é fundamental para a formação do pré-vestibulando, a fim de proporcionar a consciência crítica da realidade que nos cerca. Henfil (Henrique de Sousa Filho) foi um dos grandes nomes da história cartunista e quadrinista do Brasil.

Vejamos então como o Enem, em sua prova da área de Ciências Humanas e Suas Tecnologias de 2012, abordou esse tipo de material. Repare na imagem a seguir:

Essa imagem estrutura a questão 4 do Enem de 2012, caderno azul, número 1. Trata-se da capa de uma HQ do Capitão América editada pela empresa Comics em março de 1945, portanto, no ano final da Segunda Guerra. No centro da imagem, como pode ser observado, o personagem Capitão América aparece dando um soco em Adolf Hitler, o que simboliza a vitória da força dos EUA e países aliados contra o líder nazista. Vejamos, então, o texto e as alternativas da questão – a correta está destacada na cor verde:

A questão cita um texto do crítico Carlos Costa a respeito do Capitão América. O texto comenta a imagem que o antecede na estrutura da questão e destaca a ação central do quadro, o “sopapo em Hitler”. Após o texto de Carlos Costa, é indagado ao candidato contra quem o personagem referido luta, ao associar-se com os EUA.

Das alternativas apresentadas, a letra B é a única que cita o contexto correto, Segunda Guerra Mundial, e o tipo de regime político ao qual Hitler estava associado, isto é: os regimes totalitários. Percebam então que uma leitura correta da imagem e do texto é essencial para saber o que a questão exige. Portanto, fique atento a essas dicas. As histórias em quadrinhos, assim como qualquer obra de ficção e entretenimento, podem abranger qualquer período histórico e qualquer problemática referente a esses períodos.

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