Rapidinha #03 – A População Brasileira

Rapidinha #03 – A População Brasileira

O CRESCIMENTO POPULACIONAL
A variação populacional de um país se baseia em dois fatores distintos: o saldo entre nascimentos e mortes e o saldo migratório. No território brasileiro, predomina o primeiro fator, conhecido como crescimento vegetativo, ou natural.
A partir da década de 1960, o Brasil sofreu uma grande alteração em sua taxa de crescimento natural, em função de fatores como: a melhoria nos níveis de educação nacional, o uso de métodos contraceptivos, a dificuldade econômica da vida urbana, a inserção da mulher no mercado de trabalho, dentre outros fatores. Todos estes motivos se associam a transição da população do campo para as cidades, resultante do processo de industrialização nacional.

PIRÂMIDE ETÁRIA BRASILEIRA
A estrutura etária brasileira é um dos mais importantes dados para o planejamento do bem-estar social, apontando demandas populares como aumento ou redução do número de empregos, vagas escolares, leitos hospitalares e inclusive a ampliação da infraestrutura urbana. Este indicador é, portanto, teoricamente um dos principais direcionadores dos recursos públicos captados via imposto.
A piramide etária representa a composição dos diferentes grupos populares, classificando-os por sexo e idade. Este indicador costuma dividir-se horizontalmente em três partes: a base da pirâmide, composta pela população jovem (até 19 anos), o corpo, composto por adultos (20 a 59 anos), e o topo, que representa a população idosa (acima de 60 anos). Observa-se também uma divisão vertical entre os sexos.
Nos últimos anos, a piramide etária brasileira vem se tornando cada vez mais estreita em sua base, em função principalmente da queda da taxa de fecundidade e o aumento da população adulta e idosa, explicada dentre outros fatores, pelo aumento da expectativa de vida e a queda das taxas de natalidade e mortalidade.
Um ponto positivo das últimas alterações demográficas foi o aumento da população economicamente ativa (PEA). Este bônus na PEA dura aproximadamente 15 anos, e para que seja aproveitado em sua plenitude, demanda amplo investimento estatal não somente em infraestrutura logístico energética, como também em educação e qualificação da mão de obra, uma vez que este bônus dificilmente é visto uma segunda vez. Atualmente, uma das maiores preocupações do governo brasileiro reside na seguridade social. O envelhecimento da população brasileira resultou em um aumento do total de aposentados, demandando mais recursos previdenciários.

DISTRIBUIÇÃO POPULACIONAL
O território nacional resulta de um processo histórico, no qual é muito evidente a ocorrência de conflitos rurais e de latifúndios, relacionados ao passado colonial brasileiro. No sudeste e no Sul do país, em especial por aspectos históricos como a ampla exploração de matérias primas, e a consolidação dos modelos agroexportadores e industriais.
No norte do país, ocorreu ocupação mais intensa durante o ciclo da borracha, com concentração em Belém e Manaus. Não se pode esquecer que estas áreas já eram ocupadas por populações nativas. O Brasil apresenta uma população total de cerca de 201 milhões de habitantes, o que representa a quinta maior população mundial. Por outro lado, esta população distribui-se de forma muito desigual, concentrada junto ao litoral, sendo portanto mal povoado.

A POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA BRASILEIRA
A PEA brasileira é composta por indivíduos que desempenham atividades econômicas, remuneradas ou não, e desempregados que por emprego buscam. A análise da economia de um país fundamenta-se na determinação da setorização da população economicamente ativa nacional.
A história econômica brasileira no século XX está marcada pela passagem da economia rural em meados de 1980. O processo de industrialização se deve à queda repentina do setor primário e ao aumento da expressividade dos demais setores. O deslocamento da mão de obra para estes setores mais dinâmicos foi facilitado pelo processo de urbanização, pela mecanização agrícola, e diversos fatores que promoveram o êxodo rural.
No Brasil, assim como nos demais países em desenvolvimento, soma-se a ocorrência de um fenômeno denominado hipertrofia do setor terciário. Este fenômeno se caracteriza pela modernização agrícola e o gradativo aumento no grau de industrialização. A redução dos níveis de emprego acaba por promover um aumento nas atividades informais que, não tributados, representam rombos nas contas públicas. A informalidade acaba por também envolver profissionais liberais e a produção de bens e serviços, impactando ainda mais a arrecadação tributária nacional.

DESEMPREGO
O desemprego, principalmente entre os jovens, não é uma preocupação exclusiva da população brasileira. Observa-se que, atualmente, ainda que muito bem qualificados, os jovens cada vez menos encontram vagas no mercado de trabalho. As causas do desemprego são várias. O desemprego estrutural, por exemplo, também denominado desemprego tecnológico, é provocado pelos avanços na automação das atividades produtivas, reduzindo a demanda por mão de obra. Pode ser também marcado por sazonalidades de determinadas cadeias produtivas, como algumas cadeias do agronegócio, nas quais os trabalhadores são contratados apenas em alguns períodos das safras. Pode ainda ser causado por questões conjunturais, isto é, pela alteração das relações entre oferta e demanda em âmbitos regionais, nacionais ou mundiais. A gravidade do aumento do desemprego afeta tanto países desenvolvidos quanto aqueles em via de desenvolvimentos. Para amenizar a quantidade de desempregados, muitos países adotam medidas como a redução da jornada de trabalho e a fixação de um preço de salário mínimo.

A COMPOSIÇÃO ÉTNICA NACIONAL
A grande maioria da população brasileira se compõe por descendentes de três principais etnias: indígenas, europeus e africanos. Desde o século XVI, estas três raças vem se miscigenando, resultando em um povo mestiço que predominou ao longo dos quatro primeiros séculos da história brasileira.
No censo demográfico de 2010, o IBGE constatou que a população branca corresponde a aproximadamente 47,7% da população total brasileira. Logo atrás, a população parda correspondia a 43,1% desta mesma, enquanto a população negra representa apenas 7,6% da população brasileira.
A metodologia empregada pelo IBGE, define como população negra, o conjunto formado por pretos e pardos, então maioria populacional, com cerca de 50,7% da população. Estas populações não se distribuem homogeneamente pelo território nacional. Enquanto nas regiões Sul e Sudeste observa-se um grande predomínio da população branca, nas demais regiões do país a etnia predominante é negra. Esta distribuição desigual acaba por aumentar os contrastes regionais, dando continuidade a atos de cunho racista.

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